A criança constrói o conhecimento matemático por meio das relações vivenciadas por ela no espaço em que vive.
O conhecimento matemático não se limita apenas à aprendizagem
de cálculos e técnicas, mas está relacionado à oralidade, que faz
necessário, no nosso caso, o uso da língua portuguesa, pois ela serve
como caminho entre o pensamento e as representações, mantendo a ligação
entre ideia e palavra, entre escrita e compreensão e para que haja a
comunicação do raciocínio lógico-matemático aprendido pela criança.
Nas séries iniciais do ensino fundamental, deve-se ter como
estratégias principais o uso de jogos e resolução de problemas, pois por
meio deles há maior facilidade em aprender o conteúdo trabalhado.
Cabe ao professor planejar e elaborar situações que envolvam
números, raciocínio, cálculos de forma significativa para os alunos.
Para se ter um bom trabalho que envolva situações problemas,
faz-se necessário trabalhar com situações que envolvam o cotidiano das
crianças, utilizando diversas formas de representação (desenho,
gráficos, material concreto, como por exemplo: palitos), para que ocorra
uma aprendizagem significativa, uma vez que não basta trabalhar com o
lúdico, pois é preciso que cada atividade proposta pelo professor tenha
uma intenção pedagógica, que colabore na construção de novos
conhecimentos dos alunos.
O professor precisa provocar seus alunos, instigá-los a novas
descobertas, precisa partir daquilo que já faz parte do meio ao qual o
aluno pertence e questioná-lo a fim de novas percepções, de acordo com
sua faixa etária. Esse procedimento permitirá que o aluno faça
descobertas, comparações, organize seu pensamento e situe-se
espacialmente, expressando suas conclusões.
Com ações planejadas e contextualizadas que considerem o
conhecimento prévio das crianças, o professor conseguirá desenvolver
suas competências matemáticas e linguísticas.
Os conceitos matemáticos fazem parte de diversas experiências
que as crianças vivem em seu dia-a-dia, em diferentes espaços; cabe ao
professor identificar os momentos nos quais é possível realizar uma
intervenção para associar esses conceitos às situações de forma clara
para as crianças, evidenciando a relação dos conceitos matemáticos à
prática na situação que está ocorrendo, por exemplo, quando um grupo de
crianças deseja dividir entre eles uma determinada quantidade de peças
de um brinquedo de montar: A partir dessa situação, o professor já
poderá trabalhar de maneira bastante significativa a adição, a
divisão... Essa abordagem prática permitirá que os alunos se
familiarizem mais facilmente com a matemática, percebendo-a como algo
real e concreta, para então conceber o conceito do abstrato.
O professor deve trabalhar com seus alunos de modo que eles
percebam a diferença entre as letras e os números e as funções dos
números: localização, identificação, ordenação, quantificação. Tudo isso
pode ser trabalho com conceitos do cotidiano dos alunos: a localização
do endereço da escola, a ordem das salas de aulas ou das carteiras na
classe, a identificação dos números do telefone da escola, a quantidade
de alunos na sala de aula.
É importante também mostrar a função do número zero, a
diferença que ele proporciona estando à esquerda ou a direita de um
número, presente na adição ou na multiplicação de um problema, e em
diversas outras situações, eliminando assim a ideia de que o zero nada
significa ou jamais denota algum valor.
O professor pode propor trabalhos coletivos, sendo o escriba da
turma, explorando as representações que os alunos propõem: a escrita, a
pictórica, a numérica ou o uso combinado entre elas.
Utilizando-se de diversas estratégias e intervenções, o
professor, enquanto mediador na interação dos alunos que estão
construindo novos saberes terá fundamental papel no processo inicial da
construção do conceito de número, e a cada elucidação, a cada
descoberta, gradativamente os conceitos matemáticos serão compreendidos
pelos alunos e eles passarão a perceber a presença da matemática nas
diversas situações do seu cotidiano, descobrindo o sentido de utilizar
os números para representar esses conceitos, fazendo real uso da
matemática como uma competência comunicativa e de pensamento nas mais
diversas situações.
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